quarta-feira, 11 de julho de 2012

Braga - Despacho do RX


Notícia do Diário do Minho - Fábrica Confiança (com foto).

Diário do Minho - 11/07/2012

"O edifício da antiga fábrica "Confiança", que a Câmara Municipal de Braga pretende expropriar por 3,67 milhões de euros, acaba de ser avaliado pelo Estado em menos de um milhão.
A recente avaliação foi realizada pelas Finanças e colocou em 925 mil euros o valor do imóvel, cujo processo de expropriação volta amanhã à reunião camarária, para correcção da decisão anterior. A obrigação de corrigir a deliberação foi imposta pela Direção Geral das Autarquias Locais, que obriga à reformulação do projecto que o executivo socialista já tinha para o espaço"

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Pois é...
Os negociantes da Confiança pensavam que isto passava incólume e acabava esquecido no tempo.
Puro engano.
Será esta a némesis das próximas autárquicas em Braga e será aqui que se demonstrará a semelhança siamesa de duas candidaturas: PS e COLIGAÇÃO JUNTOS por BRAGA.
Agora é tempo de se dar uma explicação.
Não, não basta dizer-se que são sérios.
Mas atenção, aqui ninguém põe em causa a vossa seriedade.
Como em tudo na vida pública, à mulher der César não basta ser, é preciso parecer.
E até agora, este negócio da Confiança levanta muitas questões às quais os negociantes não responderam.
Lembram-se certamente que Ricardo Rio e Vítor Sousa tomaram as rédeas deste processo.
Havia património em risco e a câmara de Braga tinha de actuar.
Reconhece-se a importância do edifício e a sua localização estratégica, mas na política e na gestão autárquica não vale tudo, especialmente quando se trata do dinheiro de todos.
Em época de fome e de desemprego, PS e COLOGAÇÃO JUNTOS por BRAGA uniram-se em torno de um mamarracho devoluto.
Pouco os une, de resto, mas este edifício específico fez milagres. Uma espécie de união entre cowboys e índios.
Sobre o desemprego no concelho de Braga nunca se lhes viu uma posição conjunta.
O número que eles "atiraram ao ar" rondava a casa dos 3 milhões de euros.
Os avisos de quem se indignou, questionou e apresentou outros valores não fizeram eco, pelos vistos.
"Perito oficial avalia Fábrica Confiança em 1,5 milhões"
http://www.correiodominho.com/noticias.php?id=60836
"Câmara de Braga vai pagar 3,5 milhões de euros por um quinto de um terreno que valia 1,9 milhões em 2002"
http://publico.newspaperdirect.com/epaper/viewer.aspx
A certeza era uma e só uma: a fábrica valia mais de 3 milhões, independentemente do que os outros digam.
Mas o que mais nos estranhou foi a certeza absoluta de quem apregoava este valor quando havia quem dizia o contrário.
Os mais distraídos podiam pensar que os dois negociantes oficiais da autarquia (Vítor Sousa e Ricardo Rio) eram os proprietários do edifício, já que nenhum deles pôs a hipótese de se tratar de um prédio que valesse menos.
Mas não é esse o papel de quem governa o dinheiro dos outros? Fazer o melhor negócio possível para o interesse público? Acreditamos que o interesse público esteve sempre na mente destes senhores, não se põe isso em causa, mas então só podemos depreender que foram anjinhos ou que não tiveram "unhas" para regatear, já que estavam numa posição de superioridade.
O proprietário queria vender e ninguém (pelos visto), além da autarquia, queria comprar, o edifício estava devoluto, portanto não havia grande espiga, como se costuma dizer na gíria. Não havia muito espaço para que o proprietário "marralhasse" (mais uma vez a gíria).
Mas a grande bomba foram as palavras de um ilustre cidadão bracarense, dr. Tarroso Gomes:
"Negócios de Confiança"
http://www.comumonline.com/opiniao/item/398-negocios-de-confianca
Este foi, talvez, um dos primeiros a questionar o negócio. Afinal de contas havia quem se questionasse. Ninguém punha em causa o interesse daquele património, mas pagar 3,5 milhões de euros por aquilo?
Eñtão não é verdade que os partidos dos senhores Ricardo Rio e Vítor Sousa andavam por aí a apregoar o custe que custar, assinaram de cruz o "roubo" dos subsídios a redução das pensões, etc, e agora queriam dar um balúrdio por um mamarracho devoluto?
Nunca mais se fez silêncio, apesar das "ameaças" do dr. Ricardo Rio a todos aqueles que questionaram o negócio (pelos vistos é assim que eles reagem. Quem os contraria leva com ameaça de processo em cima):
Vejam e ouçam:
"Rio Ricardo defende-se das acusações do qual tem sido alvo"
http://www.youtube.com/watch?v=BXTqXi_ZR_U&feature=player_embedded
Reparem que ele não se defendeu, mas limitou-se a dizer, traduzido por miudos, que quem ousar questiona-lo está lixado com ele, numa espécie de comportamento escolar digno do segundo ciclo.
Dr. Ricardo Rio, ninguém quis pôr em causa a sua integridade, coisa que o caríssimo tem de sobra. Uma coisa é dizer que alguém é trafulha, outra é dizer-se que não tem calo negocial para dirigir o bem público.
E não é crime dizer-se que, no papel de político, o caro Dr. deixa muito a desejar (falta-lhe calo) e o exemplo foi ter-se deixado cair nesta trapalhada que o vai acompanhar até às eleições.
Aliás, o próprio reconhece isso:
"neste processo até parece que os autarcas da Coligação andaram sempre a falar sozinhos". Mas a verdade - sublinhou - "é que este não foi um negócio entre o vice-presidente da Câmara, o líder da Oposição e a Urbinews"
http://bracara2009.blogspot.pt/2012/04/ele-avisou.html
Já reparou que foi sobre si que caíram as maiores críticas? Alguém viu ou ouviu o executivo camarário depois de se ter desvanecido o negócio? Pois não. O caro Dr. ficou sózinho no deserto depois de ter sido levado para lá de limusina. Ainda não se deu conta disso?
Algum tempo depois, o tribunal de contas entrou a pés juntos e ainda por cima deu cartão vermelho ao negócio:
"Tribunal de Contas não chegou a dar o visto ao negócio de 3,5 milhões"
 http://jornal.publico.pt/noticia/01-03-2012/donos-da-fabrica-confianca-desistem-de-vender-e-camara-de-braga-admite-expropriar-imovel-24093091.htm
Logo depois veio a lenga lenga em jeito de castigo: "Estão a ver, nós bem avisamos. Questionaram o negócio e agora vai sair-vos mais caro":
E a culpa caiu novamente sobre os mesmos do costume. Os tais que eram os culpados de tudo e mais alguma coisa na época em que um senhor, de seu nome Dr. Salazar, governanva em Portugal: OS COMUNISTAS!
Vejam lá bem que os comunistas ousaram questionar a seriedade suprema do negócio da Confiança:
"CDU acusa PS e Coligação Juntos por Braga de agirem de má-fé no processo de aquisição da fábrica Confiança".
 http://www.braga.pcp.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=578:cdu-acusa-ps-e-coligacao-juntos-por-braga-de-agirem-de-ma-fe-no-processo-de-aquisicao-da-fabrica-confianca&catid=28:braga&Itemid=49
Do alto do seu cavalo andante, o Dr. Ricardo Rio lá veio dizer que a culpa foi do menino do lado. Ele sim é um mauzão que não o deixa tirar boas notas:
http://bracara2009.blogspot.pt/2012/04/ele-avisou.html
Todos os meninos de risco ao meio têm um matulão que impõe respeito, uma espécie de cão de fila, e desta vez não se fugiu à regra:
http://bragamaldita.blogspot.pt/2012/04/eles-pcpbloco-defenderam-expropriacao.html#links
Mas acima de tudo há uma frase que irá marcar a participação de Ricardo Rio neste processo negocial.
Leiam bem, alto e bom som (dito e escrito por Ricardo Rio em 1 de Março de 2012):
"e nem sequer admito que o valor final da transacção, para este caso, pela via expropriatória, seja substancialmente diferente".
http://bracara2009.blogspot.pt/2012/03/era-uma-vez-confianca.html
Mas não admite porquê?
Então e se o valor for substancialmente inferior não é vantajoso para os cofres da autarquia?
Não é o seu papel fazer o melhor negócio possível para a autarquia?
Então anda o caro dr. a apoiar a política deste governo que tudo reduz a torto e a direito e agora diz-nos que não aceita um valor substancialmente diferente?
E se for substancialmente diferente para baixo?
Não acha que os bracaresnes e os seus eleitores agradecem?
Acreditamos que se tratou de um lapso e que o caro vereador terá a oportunidade de esclarecer isto, caso contrário podemos pensar da seguinte forma:
Se o valor for substancialmente mais baixo, o caro vereador não aceitará que a CMB adquira o edifício. Certo?
Não nos parece que assim seja porque o caro vereador quer o melhor para Braga.
Em todo o caso concordamos com o dr. Ricardo Rio num ponto.
O toca e foge dos membros do executivo camarário foi vergonhoso, mas nós até colocamos a hipótese de se ter tratado de uma jogada que visou deixar o vereador Rio numa posição isolada. Mas aí a culpa só pode ser atibuída à falta de calo político de quem devia aprender que não se fazem alianças com raposas.
A seriedade dos intervenientes não está posta em causa, muito menos a de quem ficou isolado na fotografia.
Fica a dúvida sobre a sua capacidade política para fazer frente aos comilões que não vão deixar a porta da autarquia só pelo facto de ter mudado de inquilino.
Resumindo e concluindo:
A única vez em que PS e COLIGAÇÃO JUNTOS por Braga se uniram foi por causa de um negócio de betão, e não por projectos destinados às pessoas que passam por situações de miséria no concelho de Braga.
O processo foi uma trapalhada. Andaram com o carro à frente dos bois, abriram concursos de ideais, mas tudo acabou na mesma, depois da entrada em cena do tribunal de contas.
Depois, aquilo que era infalível afinal de contas não o era: o valor é substancialmente inferior.
E por fim, todos lavaram as mãos e seguiram a vidinha como se tudo isto não merecesse destaque.
Ao longo de todo o processo só houve uma verdadeira oposição interessada em defender o interesse público:
PCP (CDU) E BE. Foram estas as duas forças políticas que questionaram desde o início, além de terem apresentado outras propostas.
A pergunta que se impõe é muito simples:
É isto que queremos para a nossa cidade em 2013?
Rx, a falar verdade, com toda a confiança!

4 comentários:

  1. Ó abrunho estás a gastar o latim para nada. Porque é que não falas também da avaliação do camarada avaliador do PCP ? Pois é, piça no cu do outro é refresco...
    O jurista

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  2. Este "jurista" que fala acima pelas 20h41m também obteve a formação como o Relvas... Eh! Eh! Eh!
    E quanto ao refresco sabe por experiência própria...

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  3. ó jurista, para um deputado da nação usas uma linguagem muito reles. mas não se podia esperar melhor de ti pois não passas de um deputadinho sub-salente...
    EH!HE!HE!

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  4. O que se pede ao um deputado? Responder de forma reles ou responder à altura? Pois é, à altura não pode porque não há justificação para querer dar 4 milhões por algo que vale menos de um milhão. Continua no teu face e fica a pensar que és o maior, mas n escrevas muito porque até os putos do 9º ano se riem com a tua falta de intelecto.

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